Campinas – Uma cerimônia cheia de música, sorrisos e alegria marcou
a entrega do Prêmio MPT na Escola 2017 (Etapa Regional) na tarde dessa
sexta-feira, 23 de fevereiro, no auditório do Ministério Público do Trabalho em
Campinas. O evento reuniu cerca de 100 espectadores, entre estudantes, pais, professores
e coordenadores do projeto nas escolas públicas de oito municípios da região - Americana, Atibaia, Campinas, Indaiatuba,
Limeira, Mogi Guaçu, Santa Bárbara D´oeste e Sumaré.
Conto, curta-metragem,
desenho, esquete teatral, música e poesia foram as categorias premiadas, reunindo
um total de 19 trabalhos de alunos da rede pública do Ensino Fundamental, todos
abordando o tema trabalho infantil.
A solenidade teve início com a apresentação
dos trabalhos ganhadores: os estudantes foram à frente para mostrar à plateia toda
a qualidade e criatividade dos seus projetos. Em seguida, os
alunos vencedores receberam medalhas, troféus e bicicletas, e os professores e coordenadores
dos melhores trabalhos ganharam troféus e um tablet cada. Os músicos do Instituto
Anelo, organização sem fins lucrativos que atende jovens em vulnerabilidade usando
a música como ferramenta de transformação social, encerraram a cerimônia com
uma bela apresentação.
O
procurador e vice-coordenador nacional da Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à
Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente), Ronaldo Lira, ressaltou a importância de crianças e
adolescentes assimilarem, através da arte, a mensagem do combate ao trabalho
infantil. “É um motivo de satisfação e alegria muito grande
para o MPT poder passar um pouco da sua mensagem, um pouco do seu propósito e a
campanha contra o trabalho infantil, tão bem desenvolvida pelos professores e
educadores, pelos alunos que têm a criatividade de produzir trabalhos culturais.
Isso é maravilhoso”, afirmou.
O procurador e vice-coordenador regional da Coordinfância na 15ª Região,
Paulo Crestana, falou sobre o protagonismo das escolas no projeto. “Tenho
certeza que, em 2018, vamos conseguir ampliar o projeto MPT na Escola, deixando
a temática do trabalho infantil mais presente nas escolas. A premiação é só a
cereja do bolo. Tudo o que está por trás do que vai acontecer aqui é muito importante”,
disse.
Por
fim, a procuradora-chefe do MPT Campinas, Maria Stela Guimarães De Martin, parabenizou a
todos os que participaram do projeto. “Parabéns a todos e, principalmente, às
crianças que foram premiadas”.
Hospital
de Amor – O Hospital de Câncer de Barretos, o Hospital de Amor, instituição
parceira do MPT, contribuiu para o engrandecimento da cerimônia,
disponibilizando às crianças a carreta da Missão Gênese, uma estação móvel de
prevenção e educação sobre o câncer, projeto custeado com verba destinada pelo
acordo Shell-Basf.
As crianças da Casa Ronald, convidadas para
o evento, puderam participar da experiência, pela qual aprenderam sobre saúde,
prevenção do câncer e hábitos saudáveis por meio de uma divertida brincadeira
que envolveu jogos e tecnologia utilizando realidade virtual e captura de
movimentos.
Além da Missão Gênese, os representantes do
setor de educação do Hospital de Amor apresentaram aos educadores e às crianças
do Ensino Fundamental I o projeto “Crianças como Parceiras”, já implementado em
diversas escolas públicas do interior de São Paulo. Trata-se de um projeto de
prevenção de câncer junto às escolas que atinge crianças de 6 a 10 anos de
idade por meio de ações educativas sobre estilo e hábitos de vida saudável para
a diminuição de riscos potenciais do câncer, utilizando material didático e
plataformas online.
Sobre o MPT na Escola - O MPT na Escola é um projeto criado pela Coordifância para incentivar o
entendimento de pais e alunos da rede pública de ensino acerca da proibição do
trabalho de crianças e adolescentes, e torná-los replicadores da causa. Para
isso, o envolvimento da escola, por meio de sua diretoria e de seu corpo
docente, mostra-se essencial na transmissão da mensagem, sempre apoiados por
treinamentos e material didático desenvolvidos especialmente para este fim,
fornecidos pelo MPT.
Nas escolas, os educadores apresentam o conceito de trabalho infantil,
as formas de proibição e as normas protetivas da criança e do adolescente. Os
alunos também aprendem que é proibido o trabalho antes dos 16 anos fora do
sistema de aprendizagem, o trabalho noturno, insalubre, perigoso e aqueles
contidos no decreto federal nº 6.481/08, que lista as piores formas de trabalho
infantil. O conhecimento adquirido é transmitido pelas crianças e adolescentes
por meio de trabalhos culturais. Os melhores são premiados em etapas regionais
e nacionais.
Trabalho infantil - A
mais recente Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que 1,8 milhão
de crianças e adolescentes com idade entre 5 e 17 anos trabalhavam no país em
2016, com carga horária média semanal de 25,3 horas. Deste total, a maioria se
encontrava em situação ilegal.
O
estudo também mostra que cerca de 30 mil crianças entre 5 e 9 anos de idade
trabalhavam em 2016, ao passo que cerca de 160 mil crianças entre 10 e 13 anos
se ocupavam em trabalho ilegal. Deste contingente, apenas 26% receberam algum
tipo de remuneração, sendo que o rendimento mensal médio foi de R$ 141 para os
meninos e R$ 112 para as meninas.
A
pesquisa mostrou, ainda, que 47,6% das crianças de 5 a 13 anos que trabalhavam
em 2016 estavam ocupadas em atividade agrícola; 24,7% em segmentos como
construção, indústria, transportes e serviços; 21,4% no comércio e 6,3% em
serviços domésticos.
Os vencedores do Prêmio MPT na
Escola 2017, por categoria, são:
Conto - Victor Faria Rodrigues (E.M. Rosiris
Maria Andreucci Stopa, Atibaia);
Curta-Metragem - José Rodrigues Silva Barbosa, Stefany
Ferreira Gomes, Janisson Bernardino da Silva, João Afonso Justino e Raí da
Conceição (EMEF Professor Geraldo Sorg, Mogi Guaçu);
Desenho - Emily Cristina Rosendo Scotti (EMEF Professora Marina
Aparecida Rogério Paschoalotti, Mogi Guaçu);
Esquete Teatral - Livia
Montrazio, Emely Miguell Moreira, Vitoria C. C. Mendonça, Maria Eduarda
Rodrigues Reis, Thaina de Oliveira Sobrinho, Ellen Vitória da Silva Vela, João
Marcos Rodrigues, Guilherme A. de Souza, Yasmin B. dos Santos Guedes, Karla R.
de Lima, Geovana O. Bueno (E.M Professora Maria José Cintra dos Santos,
Atibaia);
Música - Beatriz Aparecida Bueno de Oliveira,
Camili Diniz Souza, Giovana Morentini M. da Silva, Juan Bueno dos Santos,
Nicolas Vinicius de Andrade Pinto Ribeiro, Raiane Fernanda Azevedo Meciano e
Vinicius Augusto Barbosa (E.M Eva Cordula Vallejo, Atibaia);
Poesia – Pedro Alexandre dos Santos (EMEF Avelino
Canazza, Campinas).
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