Primeira oficina do MPT
na Escola é ministrada em Campinas
Campinas – Nessa quinta-feira (31 de março), o Ministério Público
do Trabalho ministrou em Campinas a oficina de formação para educadores do
projeto “MPT na Escola”, com a participação de representantes dos órgãos de
ensino dos municípios de Americana, Atibaia, Campinas, Hortolândia, Indaiatuba,
Itu, Limeira, Mogi Guaçu, Piracicaba, Santa Bárbara D´Oeste e Sumaré.
O encontro possibilitou a
capacitação de multiplicadores responsáveis por levar o tema trabalho infantil
para ser debatido dentro das salas de aula, de forma a combatê-lo. Os
representantes dos 11 municípios que aderiram ao projeto receberão material
didático e orientações para desenvolver a temática nas escolas municipais e
comunidades em seu entorno.
Segundo procuradora e
coordenadora regional da Coordinfância na 15ª Região, Marcela Monteiro Dória, um
dos principais objetivos do programa é reduzir a evasão escolar ocasionada pelo
trabalho em idade precoce, além de preservar a saúde física, mental e social
dos menores submetidos ao labor. “É preciso sensib
ilizar os educadores abordando o tema em sala de aula e em reuniões com os pais, fortalecendo a luta contra o trabalho de crianças e adolescentes”, afirma.
ilizar os educadores abordando o tema em sala de aula e em reuniões com os pais, fortalecendo a luta contra o trabalho de crianças e adolescentes”, afirma.
A juíza e coordenadora do Juizado Especial da Infância e Adolescência de Campinas, Camila Scarabelli, abriu os trabalhos com uma palestra bastante esclarecedora quanto ao sistema nacional de proibição legal do trabalho infantil, citando os dispositivos previstos no ECA, CLT e Constituição Federal, além dos requisitos para a aprendizagem, dentre outros temas relacionados à matéria. A magistrada argumentou contra o mito de que pessoas menores de 18 anos estão melhores “trabalhando do que na rua” e foi didática nas explicações em torno das piores formas de trabalho infantil, os motivos que levam à proibição do trabalho noturno, insalubre ou periculoso, respondendo a todas as dúvidas dos participantes.
O representante do Cerest
Piracicaba, Marcos Hister, apresentou os riscos do trabalho precoce à saúde de
crianças e adolescentes, com base na experiência de muitos anos vivida no dia a
dia do Cerest. Hister está à frente de um dos mais completos trabalhos já realizados
em olarias no estado de São Paulo, tendo mapeado o trabalho infantil no
segmento e empreendido ações de combate e erradicação, juntamente com colegas e
instituições parceiras, tais como o MPT.
A procuradora Heloísa Siqueira de Jesus palestrou sobre o trabalho artístico e desportivo de crianças e adolescentes, desvendando sua experiência jurídica na matéria, por meio de citações de normas e leis que preveem a garantia da saúde física e mental do menor em tais ambientes. O objetivo de instruir os educadores foi justamente para que saibam as medidas a serem tomadas junto a alunos e familiares caso se deparem com a prática.
Por fim, o vice-coordenador do projeto “Escravo Nem Pensar!”, Thiago Casteli, apresentou o programa desenvolvido junto às escolas para efetuar o combate ao trabalho escravo no Brasil.
Dinamismo – O material didático do projeto “MPT na Escola”, a ser
utilizado nas salas de aula, possui conteúdo rico e bastante orientativo, e
pode ser aplicado por educadores utilizando um método dinâmico, por meio da
utilização de histórias em quadrinhos e atividades em grupo. Durante a
capacitação em Campinas, os coordenadores de cada município puderam
experimentar na prática, em oficinas pedagógicas, o método de ensino oferecido
pela cartilha “Brincar, estudar, viver...trabalhar só quando crescer”. O
material busca a conscientização sobre os malefícios e mitos do trabalho
infantil, romper barreiras culturais de permissibilidade do trabalho infantil,
capacitar e sensibilizar sobre os direitos da criança e divulgar o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente).